De origem chinesa, o molho do século 17 não levava tomate, mas sim peixe fermentado. Foi parar em territórios europeus a partir do século 18, ganhando adaptações com outros ingredientes. Depois, cruzou o Atlântico no século 19 e ganhou uma base de tomate na Filadélfia. Com isso, veio a popularização através de Henry J. Heinz, que o transformou em um ícone mundial.

Hoje, o mercado de ketchup é avaliado em cifras bilionárias. Em 2025, o mercado global de ketchup deve alcançar 17,88 bilhões de dólares (cerca de R$ 100 bilhões), com projeção de atingir 21,90 bilhões (mais de R$ 120 bilhões) até 2030, segundo o relatório "Ketchup Market – Growth, Trends, and Forecasts (2025–2030)", da consultoria Mordor Intelligence.

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Crescimento e versatilidade

O relatório explica que tal crescimento tem sido impulsionado por tendências como urbanização e aumento da renda disponível, que favorecem o consumo de alimentos práticos, como o caso dos ketchups prontos nas prateleiras dos supermercados.

Porém, uma das tendências apontadas é a "crescente demanda" por ketchup orgânico, que vai de encontro com as preocupações dos consumidores relacionadas à saúde.

Com o tempo, o molho deixou de ser apenas uma dupla infalível para a batata frita. Quem nunca apertou um sachê de ketchup em um pastel de feira? Ou incrementou a receita de estrogonofe com o molho? Até o preparo de algumas carnes no dia a dia ganham um toque de sabor com o condimento.

“O ketchup deixou de ser visto apenas como um acompanhamento para batata frita ou hambúrguer. Hoje, ele aparece nas mais diversas receitas e combinações criativas dentro das casas brasileiras. É interessante observar como os consumidores têm explorado novas formas de usar o produto, desde misturas para molhos até toques especiais em pratos do dia a dia’’, comenta Thiago Lopes, CMO da Kraft Heinz Brasil.

Vale notar que a popularidade do ketchup extrapolou as mesas e estabeleceu-se como uma das trends mais buscadas no Google em 2024. A "trend do ketchup" ficou no segundo lugar da lista das tendências que mais tiveram alta nas pesquisas. Trata-se, na verdade, de um desafio que viralizou nas redes sociais. A ideia é derramar propositalmente o ketchup na cozinha e observar a reação do parceiro ou parceira.

Tomate, vinagre, açúcar e sal

A receita caseira de ketchup como a conhecemos hoje leva, basicamente, quatro ingredientes. Trata-se de uma base feita a partir de tomates, vinagre, açúcar e sal.

Para toques de sabor com um pouco mais de complexidade, adiciona-se, por exemplo, noz-moscada, gengibre, cravo e pimenta. A cebola e alho ajudam a reforçar o sabor e também a textura do molho.

Variações são encontradas nas mesas e nos mercados, como o ketchup defumado; mais "pedaçudo"; picante; e até os que incorporam outros sabores, como bacon e cebola caramelizada.

De mãos dadas com o hambúrguer

Hambúrguer é o item mais pedido em plataforma de delivery •  Unsplash
Hambúrguer é o item mais pedido em plataforma de delivery •  Unsplash

Apesar da versatilidade, o consumo do ketchup continua como um clássico imbatível dentro das hamburguerias. Assim como o molho, o mercado de hambúrgueres tem visto um crescimento. De acordo com dados da Kantar, o consumo de hambúrguer no Brasil aumentou 228% entre o primeiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2024.

Dados do iFood ecoam o aumento: em 2024, os brasileiros pediram cerca de 250 milhões de hambúrgueres na plataforma de delivery, um salto de 207% em relação a 2023. E a tendência continua forte: só nos primeiros quatro meses de 2025, já foram entregues 72 milhões de unidades, um aumento de 12% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

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